Segundo Iglesias, a China, que representa cerca de 10% das vendas brasileiras de carne de frango, e a Europa, responsável por aproximadamente 5%, já confirmaram a suspensão das importações. Somando-se a isso os fechamentos regionais que ocorrerão em relação ao Rio Grande do Sul, o percentual de perda nas exportações pode chegar a 20%.
Apesar da preocupação, o especialista ressalta que o setor está agindo com seriedade e rapidez para contornar a situação e restabelecer o fluxo normal de comércio. Iglesias enfatiza que o Brasil é referência global em biosseguridade e que este é o primeiro foco em granjas comerciais do país desde que a doença começou a circular no mundo em 2006.
"O Brasil deve retomar assim muito em breve essa corrente de comércio normal e seguir como o grande exportador de carne de frango do mundo", afirma Iglesias, destacando que todos os protocolos sanitários estão sendo cumpridos, incluindo o sacrifício das aves da granja afetada.
Quanto ao mercado interno, Iglesias explica que a indústria deve adotar como primeiro o o aumento da estocagem de produtos congelados em câmaras frias e contêineres, mantendo-os até que o fluxo normal de comércio seja restabelecido.
Ele ressalta que, quanto mais rápido o problema for resolvido, menos danosa será a situação para a cadeia produtiva.
O especialista também tranquiliza a população brasileira quanto ao consumo de produtos avícolas, afirmando que é extremamente seguro e deve acontecer normalmente. "A proteína de altíssima qualidade e baixo custo precisa estar na dieta da população", conclui Iglesias.
Com o Rio Grande do Sul sendo o terceiro maior produtor e exportador de carne de frango do país, os estados do Paraná e Santa Catarina, primeiro e segundo colocados respectivamente, já estão adotando medidas mais severas para evitar problemas em seus territórios, demonstrando a seriedade com que o setor está tratando a situação.