A decisão foi tomada devido à paralisação na instituição que ocorreu durante o mês de maio. Na ocasião, os alunos reivindicavam um currículo antirracista depois de denúncias de racismo na universidade.

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O reitor da PUC-SP, Vidal Serrano Junior, selecionou um grupo de seis docentes para estruturar a Comissão para Letramento Racial (CLR), com objetivo de "planejar, estruturar e acompanhar a criação e o início das atividades do referido curso, conforme diretrizes pedagógicas e políticas institucionais".

A faculdade privada diz que a ação considera "o compromisso institucional da PUC-SP com a promoção dos direitos humanos, da equidade racial, da educação emancipadora e da formação cidadã".

O início do curso está previsto para agosto. A participação dos professores da universidade é obrigatória e presencial. Já o curso online, também arquitetado pela comissão, será gratuito e aberto a alunos, funcionários e público externo.

Paralisação após denúncias de racismo

Alunos da PUC-SP protestaram e ocuparam parte do Campus de Perdizes, no dia 21 de maio, como forma de denúncia aos casos de racismo e problemas de infraestrutura do local.

O protesto dos alunos, por meio de coletivos e Centros Acadêmicos, aborda o descaso com a estrutura da faculdadee cita problemas com o corpo acadêmico.

De acordo com uma 'carta proposta', alunos exigiam pontos de mudança da mantenedora da universidade, entre eles a elaboração do currículo antirracista, implementação de cotas para pessoas trans e curso de letramento racial e de gênero para professores.

"A partir de hoje, 19 de maio, aniversário dos 100 anos do líder antirracista Malcolm X, a paralisação oficial foi deflagrada, com o prédio velho da universidade tomado por estudantes que reivindicam mudanças estruturais contra o racismo acadêmico e a precariedade das condições de permanência estudantil, sobretudo para corpos negros, trans e marginalizados", diz trecho da nota assinada por diversos coletivos dos estudantes.

*Sob supervisão de Carolina Figueiredo

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