A aplicabilidade das células-tronco na cirurgia vascular é diversa. Podemos citar como exemplos:
Regeneração de Tecidos: as células-tronco têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos de células essenciais para a formação e regeneração dos vasos sanguíneos. Isso pode ser particularmente útil em casos de isquemia (morte celular por falta de sangue), onde a formação de novos vasos é necessária para restaurar o fluxo sanguíneo.
Tratamento de Úlceras e Feridas: em pacientes com úlceras diabéticas ou feridas crônicas, as células-tronco podem ajudar a promover a cicatrização e a regeneração do tecido, acelerando a recuperação.
Doença Arterial Periférica (DAP): esse quadro é causada pelo entupimento das artérias das pernas, podendo levar à amputação devido à falta de fluxo sanguíneo no membro. A terapia com células-tronco tem sido estudada como uma opção de tratamento, especialmente em casos avançados, onde o fluxo sanguíneo está severamente comprometido. Ensaios clínicos têm demonstrado que a injeção de células-tronco pode melhorar a perfusão e a circulação sanguínea.
Embora os resultados iniciais sejam promissores, a aplicação clínica das células-tronco na cirurgia vascular ainda está em fase de pesquisa e desenvolvimento. Estudos clínicos têm mostrado que o uso de células-tronco pode:
Melhorar a perfusão em membros isquêmicos;
Reduzir a dor e aumentar a qualidade de vida em pacientes com doenças vasculares;
Acelerar a cicatrização de feridas crônicas.
No entanto, ainda são necessárias mais pesquisas para estabelecer protocolos claros, determinar as melhores fontes de células-tronco (como mesenquimatosas, hematopoiéticas, entre outras) e avaliar a segurança e a eficácia a longo prazo desses tratamentos.
O uso de células-tronco na cirurgia vascular é um campo em expansão que oferece a esperança de novas terapias para doenças vasculares complexas. Embora os resultados até agora sejam encorajadores, é crucial que as pesquisas em andamento continuem para garantir que essas terapias sejam seguras e eficazes para a população em geral.
A integração dessas abordagens no tratamento clínico requer uma avaliação cuidadosa, mas a possibilidade de tratar e regenerar tecidos danificados com células-tronco abre novas perspectivas para o futuro da cirurgia vascular.
*Texto escrito pela cirurgiã vascular Andréa Klepacz (CRM SP 128575 | RQE 51419), membro do Brazil Health
